Led Zeppelin – In Through The Out Door (1979)

Origem: Inglaterra
Gêneros: Rock N’ Roll, Hard Rock
Gravadora: Swan Song

In Through The Out Door não é um dos álbuns mais famosos do Led Zeppelin, o penúltimo disco da banda apesar de perder visibilidade pelos primeiros álbuns, é uma aula de música para qualquer um, e de versatilidade também. Merece destaque também a grande arte gráfica da capa do disco, que vem em um envelope em papel(a qual você vê acima) e dentro possuí 6 capas diferentes! Hoje em dia você deve achar o CD apenas com uma das capas na frente, é claro(talvez dentro do encarte venha as outras). Mas agora vamos para o que faz o In Through The Out Door algo totalmente respeitável e seguindo a linha do Led Zeppelin, maestral.

Começamos com In The Evening, uma intro meio  estranha, e logo Plant reproduz o nome da canção, em um tom que chega a irritar. Mas continuando a faixa você não se arrepende, ela tem uma boa pegada hard rock anos setentista e também um grande solo de Jimmy Page, que manda muito bem nessa, faz a faixa ser mais do que boa. South Bound Saurez é uma música animada e que é bem gostosa de se ouvir, hard rock de primeira. E só para melhorar agora vem Fool In The Rain, outra que você fica relaxado em ouvir, Mr. Plant manda muito bem nessa, as linhas de baixo de John Paul Jones estão excelentes. E perto dos 2 minutos e 30 segundos a música dá uma “mudada”, ela começa a se agitar, até se formar uma verdadeira fanfarra, algo diferente e musicalmente excelente, só escutar o final dessa parte com as pauladas de John Bonham! E logo vem solo de Jimmy Page, que só faz as coisas melhorar, a música volta para o clima do começo e termina, que faixa.

Agora só para você se surpreender mais com o Led Zep, vem Hot Dog, que começa como uma grande música “caipirona”.A banda manda muito bem musicalmente nela e faz você ficar com vontade de se mexer. Nas minhas primeiras audições ela não me caiu tão bem, mas vale a pena a ouvir com mais cuidado e vontade. Com o término de Hot Dog, acaba o primeiro lado do disco. O segundo lado possuí 3 canções, a primeira é Carouselambra, a mais comprida do disco, com 10:32. Grande intro  de John Bonham, que também toca teclado nessa. A faixa nasce alegre e agitada, por causa da linha de teclado que Bonham mantém por bastante tempo, mas o teclado para, e a faixa fica mais lenta(pelo clima mais triste que ela se torna). Agora a “cozinha” trabalha muito bem, com John Paul Jones e Bonham, Page também se destaca. Em volta de 7:20 Bonham volta com a linha de seu teclado e faz a música ficar agitada de novo, Page o ajuda, e a música fica divertida, grande faixa.

Agora a mais conhecida do álbum, All My Love, balada clichê se você não parar para ouvir ela com cuidado, com ótima linha de baixo e o sintetizador faz a música ficar mais linda ainda(John Paul Jones toca os dois instrumentos nessa faixa), e se você for acompanhar a letra, e pensar que Plant escreveu para seu filho que tinha morrido um tempo atrás, vai ver que ela não é tão clichê assim e sim mais profunda. Mas All My Love não deixa de ser uma balada bonitinha, diferente de I’m Gonna Crawl, última faixa do disco, que é uma balada mais de fossa. Mesmo sendo balada, na minha opnião a banda fez muito bem terminar o álbum com essa, ouça ela com atenção, essa é necessário ter total cuidado na audição, para você tentar sentir tudo o que possuí ali. Faixa espetacular e fecha o disco com maestria.

Disco não tão falado se for comparar com outros álbuns da banda, mas mostra íncivel versatilidade, mostrando que o grupo não precisa se prender em apenas um estilo para fazer música boa, eles são ótimos músicos e sabem tocar de tudo! Totalmente recomendado, ainda mais se você quiser fugir da mesmisse de quando for ouvir Led  Zeppelin pela primeira vez, ouvir o Led Zeppelin I ou o IV,que são álbuns geniais, mas que você já deve conhecer a maioria das músicas de tão conhecidas que elas se tornaram, o In Through The Out Door te dá uma grande oportunidade de conhecer o trabalho dos caras, com músicas nem tão conhecidas assim.

Kvelertak – Kvelertak (2010)

Origem: Noruega
Gêneros: Heavy Metal, Punk Rock, Rock N’ Roll, Black Metal
Gravadora: Indie Recordings

O Kvelertak que possuí Erlend Hjelvik nos vocais, Vidar Landa, Bjarte Lund Rolland e Maciek Ofstad nas guitarras, Marvin Nygaard no baixo e Kjetil Gjermundrød na bateria, é uma banda jovem, que teve seu primeiro trabalho (ainda uma demo) em 2007 e seu álbum homônimo como Debut em 2010. Mesmo com pouco tempo para mostrar para o que veio a banda já conseguiu grande sucesso e também prêmios pela Europa (sem falar que o próprio Dave Grohl entregou o Disco de Ouro na Noruega a banda) e o primeiro álbum dos caras já é considerado uma das melhores (se não a melhor) estréia de uma banda Norueguesa. E é claro, não podemos não mencionar a bela capa (muito linda mesmo) do disco, feita pelo vocalista e guitarrista da banda Baroness, John Baizley, que também é artista, grande trabalho.

O disco começa com Ulvetid (e se acostume com esses nomes esquisitos, estão todas em norueguês tirando Sultans Of Satan, e eles cantam na sua língua nativa também!) que mostra bem o que a banda é, uma mistura de Punk Rock com Black Metal. “Punk rock/metal brutalmente cativante com uma pitada de escuridão”, como eles mesmo dizem. A faixa não tem frescuras, é agitada e rápida com um vocal bem influenciado pelo Black Metal. Emendamos com talvez as quatro faixas mais famosas do álbum, primeiro vem Mjød, que possuí um vídeo-clipe bem legal, música bem curta (2 minutos e 31 segundos) e também um refrão bem cativante. Fossegrim é uma faixa bem interessante, e uma das melhores do álbum, um refrão bem legal e guitarras bem trabalhadas, e continua a simplicidade e agitamento das duas primeiras canções (pois, são influenciadas pelo Punk). Blodtørst é a mais famosa do álbum e por méritos, uma faixa bem cativante e muito bem trabalhada, Erlend Hjelvik mostra desde este primeiro álbum do grupo, que é um grande cantor! Offernatt é a quinta faixa, e que riff!

Os destaques como sempre ficam na voz de Erlend Hjelvik e nas guitarras (são três!), mas com certeza temos que dar mais créditos ao guitarrista Bjarte Lund Rolland, pois ele é a mente da banda, compõe absolutamente tudo, grande trabalho. Quando acaba Offernatt você já deve ter uma opinião sobre o disco, se você gostou, faz muito bem acabar a audição do CD, se não, eu digo que não muda quase nada, Sjøhyenar (Havets Herrer), Sultans Of Satan e Nekroskop segue mais ou menos a mesma linha das cinco primeiras canções, um metal influenciado pelo punk, que faz um som poderoso, sempre tendo destaque a voz de Hjelvik e o trabalho das guitarras, com solos muito bem trabalhados e Bjarte mostrando que é um compositor de responsa.

Se você chegou em Liktorn deve ter gostado do trabalho dos caras, e fez bem em chegar nela, uma faixa mais do que nunca que lembra o Mastodon, grupo que por sinal muitos dizem que o Kvelertak parece. A décima e penúltima faixa é Ordsmedar av Rang, gosto muito de alguns gritos do Hjelvik nessa, faixa muito boa. Utrydd dei Svake fecha o disco como a faixa mais longa do Debut do Kvelertak, com seus 6 minutos e pouquinho. Uma das melhores do disco, fizeram muito bem em encerrar com essa, intro poderosa para um riff poderoso, refrão legal e o solo dela é totalmente sensacional!

Kvelertak não é algo revolucionário ou genial, mas não deixa de ser um ótimo álbum de Heavy Metal/Punk Rock/ Rock N’ Roll, e é uma banda que eu aposto bastante, talento não é o que falta, agora é só esperar para o segundo lançamento do grupo, que deve acontecer em 2012, para sabermos se vai ser uma banda que vai deslanchar ou apenas uma promessa que não vingou, assim como o Black Tide.

Rise Against – Endgame (2011)

Origem: Estados Unidos
Gêneros: Hardcore Melódico, Punk Rock, Rock Alternativo
Gravadoras: DGC, Interscope

O grupo americano Rise Against lançou seu sexto disco em 11 de Março deste ano e foi produzido por Bill Stevenson. A banda de Chigaco, Illinois, foi formada em 1999 e o grupo consiste em Tim McIlrath (vocalista e guitarrista secundário), Zach Blair (guitarrista principal e backing vocals), Joe Principe (baixista e backing vocals) and Brandon Barnes (baterista e percussionista) e o som da banda, com muita pegada hardcore e não tende a fazer muitas frescuras (lê-se solos longos e baladas românticas), pelo menos neste lançamento.

O disco tem 12 faixas e duração um pouco superior a marca de 46 minutos. É um disco que a menor música é a faixa-título de 3:24, que aliás é a faixa de encerramento do disco e a maior, “Midnight Hands”, obtém a marca de 4:18, então a duração das faixas não é de grande importância. O álbum começa com a faixa “Architecs”, uma boa faixa para se começar um CD. Ouvindo o disco, sinto que qualquer música dele poderia ser considerada possíveis singles, pois nenhuma delas são ruins e todas funcionam tanto isoladas quanto em “família”, mas isoladamente elas soam melhores. É o tipo de disco que na primeira vez que você escuta você já sabe se gostou ou não. Não requer audições extras para saber se gostou ou não, se absorveu as ideias ou se ainda não as entendeu, sendo o tipo de disco chamado “fácil de escutar”. Ele também é simples, nada muito complexo, além de ter alguns momentos melódicos até irritantes, já que o vocalista não encaixa nesse tipo de som, porém possui momentos bem empolgante, e não possui faixas em destaques, mas alguns momentos merecem destaques, como os riffs de “Help Is On The Way”, de “Broken Mirrors” e de “A Glentleman’s Coup” e o baixo matador na intro da faixa-título. É um bom disco, mas apenas isso. Se você gosta de um som direto e que as vezes soa como se fosse parecido, Endgame do Rise Against é sua escolha.

Red Hot Chili Peppers – I’m With You (2011)

Origem: Estados Unidos
Gêneros:  Funk Rock, Rock Alternativo
Gravadora: Warner Bros.

O grupo americano de Funk Rock lança seu décimo disco de estúdio e o primeiro após a saída do guitarrista John Frusciante (que ocorreu em 2009) e com o guitarrista Josh Klinghoffer. A banda de Anthony Kiedis, Flea e Chad Smith não lançavam um disco desde o Stadium Arcadium, de 2006. Tanto I’m With You quanto Stadium Arcadium foram produzidos pelo famoso produtor Rick Rubin. O álbum de 2011, I’m With You, possui 14 faixas e quase 60 minutos de duração. Antes de irmos ao recheio do bolo, digo as músicas, é necessária uma crítica a capa do disco da banda. Se eu gostei da capa, sim, eu gostei. Mas a minha crítica é para onde eles colocaram o nome da banda na capa. Onde está o nome da banda na porcaria da capa? Ah sim, agora eu estou enxergando o nome, depois de quase ficar cego tentando procurar pelo maldito nome, que está em branco! O que eles estavam pensando na hora de fazer a capa? Vamos fingir que isso nunca aconteceu e vamos ao que realmente interessa, as 14 faixas.

O disco começa com a faixa “Monarchy Of Roses”, uma música com um estilo psicodélica, principalmente nos efeitos na voz de Anthony Kiedis, mas assim como ocorre com outras faixas, ela é pouco atraente e não é a faixa certa para se começar. Falando em guitarra, o novo guitarrista da banda, Josh Klinghoffer faz um trabalho comum e abaixo do que se era esperado, com linhas de guitarras fracas e muitas distorções de guitarras, que acabam soando irritantes. As linhas de baterias de Chad Smith as vezes são bem fracas, e chegam a decepcionar. Anthony Kiedis é outro que não fez um bom trabalho no disco, com algumas interpretações iguais a outras faixas que chegam a irritar. O único que mantém uma boa atuação no disco todo é o baixista Flea, que em alguns momentos faz belos sons no piano.

Tem alguns momentos muito interessantes no álbum, como o solo de saxofone em “Did I Let You Know”, a sensacional “Goodbye Hooray”, que essa sim deveria ser a faixa de abertura, onde a banda se sai muito bem. A interpretação de Kiedis é empolgante, e a cozinha de Chad e Flea é muito boa, sem falar que as distorções de guitarras funcionam muito bem aqui. Outras faixas que fazem bem ao disco são “Look Around”, “Happiness Loves Company” e a minha faixa favorita “Even You Brutus?”, que fazem bem a um disco que em alguns momentos do disco soa chato, como em “Ethiopia” e “Factory Of Faith”. Uma faixa que começa chata e termina bonita e legal é “Police Station”, que poderia ser encurtada, já que possui mais de 5 minutos de duração, só perdendo para “Brendan’s Death Song” em duração, que aliás é outra faixa que pode ser denominada chata. O encerramento do disco eu considero abaixo do esperado. “Dance, Dance, Dance” encerra o disco acompanhada de “Meet Me At The Corner”, na qual ambas as faixas são pouco atraentes, o único diferencial é que a partir de 2:30 de “Dance, Dance, Dance”, a música fica interessante e bem divertida e em bom clima para se encerrar o CD.

Mesmo com uma pausa de 5 anos, o que geralmente faz bem a uma banda que tem o costume de lançar discos após discos e entrar em turnês após turnês, ao Red Hot Chili Peppers não o fez. A banda lança um disco mediano, com alguns defeitos e até cansativo, principalmente nas interpretações repetidas do vocalista Anthony Kiedis, mas se você ignorar as falhas do disco, é até possível se divertir, dançar e quem sabe “viajar” nas músicas da mesma maneira que você que viaja escutando Pink Floyd. Ainda mais se você for fã da banda de Funk Rock, pois, infelizmente, esse CD é apenas atraente para quem escuta o grupo a certo tempo.

Black Label Society – Glorious Christmas Songs That Will Make Your Black Label Heart Feel Good (2011)

Origem: Estados Unidos
Gêneros: Blues, Holiday Music, Rock
Gravadoras: Black Label Recordings, eOne Music

A banda liderada pelo ex-guitarrista do Ozzy Osbourne, Zakk Wylde,  depois de alguns problemas com a sua saúde, volta em 2010 para mostrar que não perdeu o jeito e lança mais um álbum que vira unanimidade do Black Label Society (entre todos da discografia dos caras, podemos dizer que apenas o Shot To Hell de 2006 que não agradou a grande maioria).

Zakk e sua trupe volta em 2011 e lança o The Song Remains Not The Same, nome inspirado na lendária banda Led Zeppelin, banda que Zakk Wylde é um grande fã. O álbum consiste em versões acústicas das faixas do Order Of The Black(o álbum de 2010) e alguns covers, álbum muito bom por sinal. E foi no estilo que os fãs queriam ver, trazendo um pouquinho do Pride & Glory(antiga banda Southern Rock de Zakk) e do excelente Book Of Shadows(álbum solo do guitarrista). Eis que no final do ano o Black Label Society não se dá por satisfeito, e lança um EP de Natal para agrados dos fãs, que consiste em apenas 3 músicas, todas canções natalinas em versões instrumentais.

O EP é muito relaxante e gostoso de se ouvir, trazendo bastante o clima de Natal para nossos ouvidos com um excelente guitarrista liderando as melodias. I’ll Be Home For Christmas mostra que a banda lança algo diferente, criatividade ainda existe no BLS depois de tantos anos, e isso é bom. E não dá para não comentar a raiz Blues que essas canções possuí, fazendo você relaxar mais ainda. O Little Town Of Bethlehem segue o mesmo estilo da primeira, mas sendo mais curta(todas elas são curtas, sendo a mais comprida a primeira faixa, com seus 3 minutos e 25 segundos), e o que me chamou a atenção foi o teclado no fundo, que algumas vezes é até díficil de notar(mais para o final ele ja fica mais ouvível) mas está muito lindo. It’s A Wonderful World termina o curto EP, ainda mais “blueseira”, por causa que esta também possui solo de violão(mas a guitarra continua). Pelo pequeno solo de violão na faixa não dá para imaginar que quem o tocou foi outra pessoa que não seja o Zakk, a dúvida fica para saber se Nick Catanese(segundo guitarrista da banda) participou da faixa, pois com certeza Zakk fez a guitarra principal nas outras duas canções. Para mim Zakk fez as gravações de ambos, guitarra e violão.

Glorious Christmas Songs That Will Make Your Black Label Heart Feel Good é um agrado para os fãs da banda, que funcionou muito bem, grande EP da banda. E vale relatar que todos esses trabalhos desde 2010 do Black Label Society mostra que a banda está muito bem, tirando aquela imagem ruim que algumas pessoas ficaram ao ouvir o então último álbum da banda, o Shot To Hell(que para mim é um grande álbum). O EP vale a pena ser ouvido para deixar você no clima de Natal, sem falar que o álbum possuí um belo nome e a capa eu simplesmente adorei.

Rush Coil – 8-bit Christmas (2010)

Origem: Estados Unidos
Gênero: Chiptune
Gravadora: Independente

O Images & Words lança sua resenha edição natalina, e a resenha é sobre este disco de midis. Sim, um disco 140% midi! E desculpem meus camaradas russos, mas é sempre bom trazer uma piada cretina como essa. Enfim, 8-bit Christmas é primeiro disco lançado por Shane Barber com o nome Rush Coil, ultrapassa a marca dos 40 minutos de duração e trás clássicos natalinos e os transformam em midis divertidos e em alguns momentos, bem épicos. Temos versões de “O Holy Night”, minha favorita do disco, a faixa de abertura “Gloria” e outras canções como “We Three Kings”, a faixa mais longa do disco “What Child Is This” e a faixa de encerramento e também a mais curta do CD, “Auld Lang Syne”, entre outras que juntas formam 12 faixas. São músicas divertidas, entretanto, algumas vezes, chegam a ser irritantes e algumas vezes é necessário que deixe o volume do seu fone de ouvido ou caixa de som abaixado, se quiser preservar seus ouvidos. Outro problema é que o disco, depois de ser ouvido repetidas vezes, trás um pouco de desgosto. Mas, apesar dos pesares, é um disco divertido e bom para variar as coisas e curtir o espírito natalino de uma maneira diferente, e ele é extremamente recomendado se você é um criador de jogos que usam midi, pois esse disco está repleto de conteúdo para você.

Rafinha Bastos – Resposta (2011)

Origem: Brasil
Gênero: Pop Comédia
Gravadora: Independente

Após os problemas que o jornalista e comediante Rafinha Bastos vem sofrendo com suas piadas, em especial a Wanessa Camargo e seu filho, o homem decide lançar um CD pela internet, intitulado Resposta. O CD é de curtíssima duração, ficando um pouco acima de 18 minutos e tendo 9 faixas, sendo que a última faixa é uma versão “para maiores” de uma outra faixa. Grande parte das músicas do álbum são cantigas populares brasileiras cantadas pelo humorista com batidas de fundo. O CD está repleto de piadas, em sua grande maioria piadas sacanas e bem bobinhas, mas que consegue lhe tirar um sorriso. Caso você queira baixar o CD, clique aqui e baixe. E agora, sobre as 9 canções nós veremos logo abaixo de uma maneira resumida, pois não há muito a que dizer.

O CD começa com Oração Para Todos, que segundo o próprio Rafinha Bastos em sua conta no Twitter é a música de trabalho do CD. Uma música com uma letra sacana e com uma interpretação de Rafinha tão sacana quanto a letra. Musicalmente é pobrinha e simplória, mas o objetivo, não só nessa música, mas no CD todo, é o enfoque nas letras e na voz do Rafinha, então não espere nada muito especial instrumentalmente. E o disco todo é isso: Músicas sacanas e com instrumental eletrônico muito pop. Um destaque posso dar é que Rafinha não é um mal cantor e tem uma interpretação até legal, mas principalmente, engraçada, já que esse é o objetivo do trabalho, sem contar que se você olhar para a capa e não saber quem é Rafinha Bastos, pode achar que é um disco sério. Mas não passa de um disco de um humor extremamente bobo. Não é o humor inteligente e sacana que você encontra em, por exemplo, Joe’s Garage de Frank Zappa, mesmo sendo extremamente sacana, é um CD com um conceito incrivelmente inteligente e afrente de seu tempo. O CD de Rafinha Bastos é uma versão mais pop do Mamonas Assassinas mas com um humor mais bobo. Só é recomendado se você quer rir por bobagem.

Noel Gallagher – Noel Gallagher’s High Flying Birds (2011)

Origem: Inglaterra
Gênero: Britpop
Gravadora: Sour Mash

28 de Agosto de 2009, o dia em que Manchester não sorriu, Oasis, banda “filha da cidade”, que marcou época e vendeu mais de 70 milhões de cópias por todo o mundo anuncia sua separação, fruto de uma sempre conturbada relação entre os (muito) geniosos e talentosos Irmãos Gallagher.

Simplicidade. Essa é a palavra que descreve o material inédito de Noel Gallagher, alma do Oasis e a razão do sucesso do grupo. Atrás de acordes simples, mas que esbanjam melodiosidade, talvez esse álbum não se encaixe no gênero ‘Rock’, bem como sua antiga banda, porém, agrada de rockeiros á amantes do pop e até beliebers (Ok, se Noel fosse emo e falasse sobre o mundo gay isso poderia até acontecer), sendo “Oasiers” ou não.

Muitas das faixas eram B-Sides da banda, sendo que poderiam ter saído do papel muito antes, como aconteceu com a coletânea lançada em 2006 ‘Stop The Clocks’, curiosamente nome de uma das faixas do ‘High Flying’s’. O maior mérito de Noel foi unir o útil ao agradável, ou seja, toda a essência do Oasis e toda a ‘alma’ e a leveza do guitarrista muito presentes, o que faz do álbum merecedor de todos os elogios possíveis.

A primeira música, ‘Everybody’s On The Run’ traduz muito bem o álbum, muito feeling, bem instrumentado e com ‘tossida’ proposital lembrando bem a versão de estúdio de ‘Wonderwall’. Diria que a batida da música é o ponto forte. Daí vamos para ‘Dream On’, segunda faixa e uma das minhas preferidas, música tem uma energia incrível com fortíssimo estilo ‘Oasis’, que ‘peca’ por ser viciante, daquelas músicas em que o refrão fica na cabeça por uma semana.

‘If I Had a Gun’ é uma das canções mais poderosas do álbum e o 3º single lançado, muito melodiosa, boa letra e muito Noel, sinceramente não vejo essa canção dentro de um álbum do Oasis, não por falta de qualidade, pois ela teria lugar em qualquer um deles, mas pelo propósito da banda.

Na próxima faixa ‘The Death of You and Me’, primeiro single, também é uma das minha preferidas (adoro esse álbum, então todas são uma das minhas preferidas) e daria uma ótima versão acústica, é o exemplo da simplicidade do álbum, o saxofone também é marcante, Noel prova a cada faixa que sabe como transmitir seus sentimentos através de uma canção, qualidade essencial para qualquer artista que se preze.

B-side do ‘Dig Out Your Soul’ de 2008, ‘(I Wanna Live In A Dream In My) Record Machine’ não é uma surpresa, já que muitos fãs do Oasis já haviam escutado sua demo. No entanto essa nova versão (dessa vez pronta) ‘valoriza’ mais o instrumental, e tem boa letra e bons arranjos, o que faz dela uma faixa imperdível, recomendo todos a ouvirem a demo antes para sentirem a evolução.

Agora vamos para o segundo single, a animada e ‘alta’ ‘AKA… What A Life!’, canção também muito poderosa e com batidas mais rápidas e modernas, e vejo que essa faixa estaria incluída se o Oasis planejasse um novo álbum, um sinal de que a canção é boa, Liam no vocal principal e Noel no backing. Chegamos em ‘Soldier Boys And Jesus Freaks’ faixa que cresce muito ao vivo, vi vídeos de performances recentes da tour de Noel e passei a me simpatizar mais com a música, sax ainda muito presente, é também um ponto forte.

‘AKA… Broken Arrow’segue a linha das outras, com boa melodia e letra de muita qualidade.

Em ‘(Stranded On) The Wrong Beach’ os padrões do álbum são quebrados, foi introduzido o estilo clássico mantendo a melodia ‘Noelista’, bem interessante, fugindo um pouco do padrão das demais canções. Por último, ‘Stop The Clocks’, canção que leva o nome da polêmica coletânea do Oasis (como já dito anteriormente), tem gostinho de despedida, o álbum vai chegando ao fim com o sentimento de que quase nada faltou, quase.

Minha conclusão final é de que o álbum precisava de alguma masterpiece, mas já obtém isso no conjunto, ou seja, consegue ser uma obra prima do britpop. Noel consegue fazer um álbum incrivelmente sólido, sem pontos fracos, e mostra que não precisa do irmão para fazer boa música, e é impossível falar de Noel e não falar de Oasis, por isso tantas citações da antiga banda e a opinião pessoal que o Oasis faz muita falta para o cenário musica e faz mesmo.

Para sugestões, críticas ou xingamentos à honra, sigam-me os bons: @diogohouse

Van Halen – Van Halen (1978)


Origem: Estados Unidos
Gênero: Hard Rock
Gravadora: Warner Music Group

O Van Halen já fazia sucesso antes de seu primeiro álbum, tocando covers em bares de Los Angeles. Chamaram a atenção de Gene Simmons do Kiss, que quase conseguiu que o quarteto gravasse o seu debut, mas no final não deu certo. Em 1977 um produtor da Warner Music Group ouviu a banda e gostou daquilo, e deu a chance de gravarem seu primeiro album de estúdio. A pergunta que fica é se os produtores da Warner Music Group já esperavam algo tão grandioso e acima da média que o Van Halen conseguiu deixar marcado, logo no seu álbum de estreia.

As quatro músicas iniciais mostra toda a força do Van Halen, músicas que eu duvido que qualquer um que esteja lendo essa resenha nunca ouviu, mesmo se não sabe o nome, clássicos absolutos. A primeira faixa é Runnin’ With The Devil, que intro de baixo! Um refrão que fica na sua cabeça o dia inteiro se você ouvir ela pelo menos uma vez. É de certa uma das músicas que eu mais gosto do Van Halen(se não for a que eu mais gosto), e só para ficar melhor, a segunda faixa é Eruption. Eddie Van Halen faz algo que ninguém tenha feito antes, algo tão forte(e rápido, muito rápido) que nem uma erupção. Eu admito que eu não acho ela tudo isso que dizem, mas é incontestável a importância do solo de Eddie para toda uma geração(ou duas, ou três).

You Really Got Me continua o disco com alto nível, só enjoa um pouco os gritos de David Lee Roth, mas a música não deixa de ser outro super clássico da banda. Ain’t Talkin’ Bout Love é uma canção excelente, e como o Van Halen sabia(sabe) fazer Hard Rock, é de arrepiar!

Quinta faixa é I’m The One, riff inicial muito bom, e mesmo  que ela não seja tão famosa que nem as quatro primeiras é uma musica muito boa, Hard Rock de primeira e encerrando o primeiro lado do disco muito bem(e que refrão!). Abrindo o segundo lado temos Jamie’s Cryin’, e que intro dos Senhores Michael Anthony e Eddie Van Halen, estão de parabéns. Ótima faixa, outro refrão que fica na cabeça, e que instrumental, Alex Van Halen e Michael Anthony fazem a “cozinha” muito bem, e esse tal de Eddie Van Halen é fora do normal… Outra excelente faixa do disco.

Seguimos com Atomic Punk, que é uma boa faixa, mas como esse album é um dos maiores e  melhores que eu já ouvi no Hard Rock, não segui o mesmo nível dele. Mas logo em seguida temos Feel Your LoveTonight, que riff! E que refrão. Essa faixa possuí uma clima muito gostoso, faz você se sentir bem e o instrumental está outra vez espetacular, otima faixa,que dá gosto de ouvir!

Little Dreamer é a nona canção, e eu estou me esforçando para não fazer dessa resenha algo repetitivo, porque todas músicas são ótimas(apenas Atomic Punk, que eu acho boa). Grande trabalho instrumental outra vez da banda inteira, com um refrão bem bom.  Esse álbum do Van Halen mostra ser uma das essências do Hard Rock, impossível não pensar isso quando está o ouvindo. Ice Cream Man começa com violão, mas ao passar da música ela fica poderosa e lembra as canções de Elvis, algo dançante e bem divertido!

A última faixa é On Fire, que começa com uma intro matadora, até David Lee Roth começar a cantar, mantendo o grande ritmo da música. O baixo de Michael Anthony é com certeza um dos maiores destaques do álbum, mostrando isso na ultima faixa(junto é claro, com seu comparça Eddie Van Halen). Faixa muito poderosa e com um instrumental invejável, termina o álbum com grande classe, e com gostinho de quero mais, coisa que poucos álbuns que você ouve pela primeira vez deixa.

“Van Halen I” como também é conhecido o disco, é algo totalmente grandioso e com certeza um dos melhores albuns de Hard Rock já feito na historia, se você quer começar ouvir a esse estilo, é um album totalmente recomendado. E mesma coisa se você quiser começar a ouvir a discografia desses caras, o primeiro album é talvez a melhor escolha a se fazer!

Pain Of Salvation – Road Salt Two (2011)

Origem: Suécia
Gêneros: Rock Progressivo, Metal Progressivo
Gravadora: InsideOut

Em 26 de Outubro desse ano, a banda liderada pelo carismático Daniel Gildenlöw, considerado como gênio musical, lança seu oitavo disco de estúdio. Road Salt Two é uma continuação daquilo que foi Road Salt One. Um conceito parecido, no mesmo estilo setentista que tinha em seu álbum antecessor, entretanto, aqui as músicas são mais arrastadas e com um peso a mais, peso que faltou na primeira parte de Road Salt, já que Daniel citou ambos álbuns como “álbuns setentistas com esteroides”.  Mas isso até foi bom, pois os álbuns tem conceitos extremamente parecidos, mas são diferentes, continuando aquilo que o Pain Of Salvation sempre fez em seus oito discos de estúdio: Um disco sempre diferente do outro. Isso sem falar que cada disco que o grupo lança, se torna mais difícil de classificar a banda em um gênero. Se você ouvir o disco entenderá o porque. Agora falaremos daquilo que realmente interessa, as músicas!

O disco começa com uma belíssima introdução orquestrada feita pelo tecladista Fredrik Hermansson, Road Salt Theme, que dura apenas 45 segundos. Não sabe o porque de ele estar em Road Salt Two, e não no começo da coisa toda, em Road Salt One, mas isso não prejudica o disco, que já segue com uma porrada que alguns momentos me lembra uma mistura de Led Zeppelin com Black Sabbath, Soflty She Cries. Já nesta faixa é notado, não só o peso que faltou no disco anterior, mas como a música é mais arrastada. Destaque para um refrão incrível e pela potência vocal de Daniel e para o retorno que a música faz a faixa Road Salt Theme, fazendo dela como se fosse um solo, mas com os outros instrumentos juntos. A próxima faixa é Conditioned, que se na faixa anterior, a banda parecia que estava voltando ao peso de CDs anteriores como Scarsick, aqui o som é totalmente levado ao Rock, e digo Rock no sentido de um som com cara de uma mistura de várias bandas dos anos 70 e alguns do fim dos anos 60. Sim, aquele Rock que dá até vontade de dançar e que você jovem que odeia tudo que vem do passado facilmente odiaria e que faz parecer que eu estou me contradizendo quando digo que o álbum está mais arrastado, mas você verá que eu estou certo. Uma faixa divertida com uma interpretação empolgada de Daniel. Healing Now é a quarta faixa, e temos uma balada, se assim posso dizer, bem estilo Folk. É uma incrível música, que não tem como passar em branco sem dar destaque ao solo dessa faixa, que é inacreditável e muito interessante.

Então, o disco prossegue com To The Shoreline, e é outra faixa com uma cara setentista, mas que é totalmente diferente das outras faixas, e quando digo totalmente diferente, é 140% diferente (aprendi isso na Rússia). Uma faixa onde a emoção e o sentimento são destaques e que infelizmente, é pouco trabalhada e curta. Poderia ser mais longa, pois é uma faixa extremamente interessante. Na edição limitada do CD, temos a faixa Break Darling Break, e honestamente, se a banda não estava drogada, ela quer passar a imagem de tal. Um som maluco mas sensacional e muito, mas muito divertido. E muito provável que a banda tenha se inspirado nas suas próprias canções para fazer essa, tais canções são Sleeping Under The Stars, do disco anterior, e de If You Wait, do EP Linoleum. Se você prestar boa atenção, você nota que a letra de If You Wait é parecida com a de Break Darling Break e o instrumental viajado de If You Wait se fundiu com o instrumental igualmente viajado de Sleeping Under The Stars, que juntas fazem uma música que poderia estar no lançamento oficial. A próxima música é a simples e belíssima 1979. Uma música que Daniel fez em homenagem ao seu irmão, Kristoffer, que era o baixista do grupo. Uma faixa emocionante e curta, que pode ser considerada uma das melhores da dobradinha Road Salt. Na faixa Eleven, que só para constar não é a décima primeira faixa do disco, a banda mostra todo seu potencial, com uma seção instrumental incrível, de fazer cabeça rolar, além de um refrão grudento.

Ainda na versão limitada do CD temos Of Salt, uma música inspirada em Of Dust, mas arrastada e sem a mesma qualidade de sua antecessora, mas não deixa de ser boa, mas é menos interessante e até cansativa e quebrando o momento porrada que nós teríamos na versão limitada, que Eleven seria prosseguida por The Deeper Cut, que poderia ser chamada de Into The Wild, pelo uso excessivo desta frase, é notável que nesta faixa, além do excelente trabalho vocal do baterista francês Léo Margarit e do cabeludo guitarrista Johan Hallgren nos backing vocals, uma excelente e extraordinária linha de bateria de Léo, que é capaz de deixar qualquer um impressionado com que esse rapaz é capaz de fazer. E o peso setentista continua com Mortar Grind, faixa que é encontrada no EP Linoleum, com algumas diferenças aqui, mais notáveis no refrão, sendo mais grave. É a faixa mais pesada do disco e com um final de arrepiar, ainda mais com o grito final de Daniel.

Agora temos Through The Distance, uma faixa mais simples como 1979, mas com uma duração maior (três segundos maior, diga-se de passagem) e mais arrastada e menos grudenta, mais muito bela e intrigante. E então, a penúltima faixa do CD é The Psysics Of Gridlock, a maior faixa da dobradinha Road Salt e também uma das mais complexas, senão a mais. É dividida em três partes: Gridlock (All Is Mine), The End e On nous a donné la vie. Em Gridlock (All Is Mine), me lembra uma mistura de Led Zeppelin, Rolling Stones e The Doors e tem um refrão bem interessante. A primeira parte assim que acaba já é prosseguida por The End, que começa com rapidez e peso e com seu decorrer ela virá algo parecido com The End do The Doors, mas com mais vida e menos entediante do que a faixa da banda de Jim Morrison. Após o fim dela, temos uma seção instrumental muito boa, com destaque a Léo Margarit em sua bateria e então chegamos a terceira parte, On nous a donné la vie, uma parte totalmente em Francês. É simplesmente sensacional e mágica. E difícil para mim não cantar junto com a música (em Francês mesmo). É muito encantador como Daniel e companhia transformam a música que começa algo em um Rock Progressivo com cara Led Zeppelin, Rolling Stones e The Doors em algo que simplesmente não consigo descrever sem falar bem. E infelizmente chegamos ao fim do CD com End Credits, é uma versão mais extensa de Road Salt Theme, mas extremamente linda e encerra dignamente o CD, e com esse fim, dificilmente teremos um Road Salt Three.

Não posso dizer nada menos do que excelente. Road Salt Two é um dos discos mais complexos musicalmente da banda, e é extremamente recomendado a todos que querem ouvir boa música. É um dos meus discos favoritos, não só do ano, mas da banda, que para mim é uma das melhores bandas da atualidade. Este disco é ótimo para qualquer ocasião, e o que é melhor, dá vontade de ouvir o disco por inteiro, todas as músicas, uma atrás da outra, não uma música ou outra, como acontece com alguns CDs. Se você quer ouvir algo com cara setentista mas com um pé no presente ou é fã de um som setentista, esse CD é obrigatório para sua coleção.