Origem: Irlanda
Gêneros: Pop Rock, Rock Experimental
Gravadoras: Mercury, Island, Interscope
Até então ultimo album da banda irlandesa de maior sucesso, o U2, No Line On The Horizon foi o responsável para que a grandiosa “360º Tour” acontecesse. E os irlandeses trabalharam no álbum desde 2006 e gravaram até em Marrocos (da onde vem o nome Fez, uma cidade marroquina e também o nome da introdução de uma canção do disco, Being Born), então a ansiedade para muitos foi grande, e todos esperavam um grande trabalho, e também teve a promessa dos integrantes de fazer um som mais experimental, lembrando um pouco Achtung Baby, talvez o rock fosse deixado de lado um pouco.
Começamos com a faixa-título, e já podemos sentir o clima que o álbum te levará, viajante, mas nem tanto (mesmo assim a sensação é boa), e com os destaques sendo a voz de Bono e a bateria de Larry Mullen Jr. A primeira faixa abre bem o CD, seguimos com ‘Magnificent’, essa mais experimental que a faixa-título, com influências eletrônicas mais visíveis, as famosas “batidas” também estão presentes. Outra boa faixa, que dá a entender que No Line On The Horizon se tornou sim um álbum experimental (a banda disse que não ficou tão experimental quanto eles queriam), mas a idéia é parecida com Achtung Baby (álbum de 1991 do U2) só que não tão viajante quanto o lançamento anterior, mas tem pontos que superam Achtung (sem comparar extremamente um CD com o outro), e que é aonde o lançamento de 2009 se baseia: na voz de Bono. Talvez não fizeram um álbum vidrado nisso, mas sem dúvidas Bono é o grande destaque, como tá cantando esse cara!
A terceira faixa é a mais comprida com 7:24, e uma das melhores do álbum (levando para o pessoal: A melhor do álbum). ‘Moment Of Surrender’ possui uma letra que cada vez mais se torna raro de se ver, aparentemente fala de “se render a Deus”. O feeling da canção é interessante, e mesmo a música não mudando entre seus 7 minutos o clima é agradável e não cansa o ouvinte. Para fechar o quarteto de boas vindas ao CD temos ‘Unknown Caller’, outra boa canção, o experimentalismo está presente mas a “veia do rock” na guitarra de The Edge também aparece em um bom solo. Seguimos com a “fofa” e puxada para o lado pop ‘I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight’, canção também boa, cativante até, puxa muito para o lado meloso, mas não deixa de ser boa. A sexta faixa é o prmeiro single do CD, a famosa ‘Get On Your Boots’, e posso dizer com certa firmeza: é a pior música do álbum. Se essa for a canção que você se espelha quando pensa no “novo” U2, está equivocado e convidado para ouvir No Line On The Horizon, ‘Get On Your Boots’ certamente é a mais chata do registro de 2009. E uma faixa que seria um ótimo “boas vindas” (vulgo primeiro single) do disco é a seguinte de ‘Get On Your Boots’, ‘Stand Up Comedy’. A sétima faixa é no mesmo estilo de ‘Get On Your Boots’, mas os arranjos são melhores, mais suaves e inspiradores. Ainda continuo não gostando tanto desse estilo de canções do U2, mas certamente é uma boa canção.
A já citada ‘Fez/Being Born’ é a próxima. Adoro a introdução ‘Fez’, podemos ouvir uma parte de ‘Get On Your Boots’ nela, e dá uma impressão agradável da cidade marroquina. ‘Being Born’ segue a “viajem” de ‘Fez’. Os agudos de Bono junto com o feeling relaxante são os destaques de ‘Fez/Being Born’, uma das melhores do disco. Agora entramos no “trio de despedida”, as 3 últimas faixas tem um clima sensacional de uma despedida, a primeira das 3 é ‘White As Snow’, a fantástica ‘White As Snow’, nada espetacular instrumentalmente, mas aqui o que importa são duas coisas: a voz de Bono e o feeling/clima. E White As Snow mescla esses dois fatores muito bem, uma ótima canção arrastada. Seguindo temos ‘Breathe’, incrível como que mesmo sendo animada ela se encaixa nesse “conceito” de “estou indo embora”. Apenas por ela ser uma das três últimas e que se encaixam lindamente, não colocaria ‘Breathe’ como primeira e principal single, porque merecer, merece! A décima primeira e última faixa é ‘Cedars Of Lebanon’, e ela não é uma faixa ruim, mas esse final dela não me cai, acaba muito “duro e seco”, ainda mais para o final do álbum.
No Line On The Horizon não chega a ser uma viajem daquelas psicodélicas, nem uma viagem em nível Achtung Baby, na verdade ao passar das audições, se você não prestar atenção o disco se torna até meio sem graça e enjoado. Isso é bom, um alerta dizendo que quando você ouve música, não pode ser apenas para o seu passa-tempo ou como se fosse a televisão ligada que você apenas liga e nem sabe o que está passando, preste atenção e pare de reclamar que não se faz música que nem antigamente, tem muita coisa boa hoje em dia, mas se for preguiçoso e sem atenção você nunca saberá e apreciará isso. Com atenção (e com audições extras, U2 no geral sempre precisará de audições extras) No Line On The Horizon se torna um grande álbum, dá para viciar nele facilmente, não é o melhor registro do U2, mas vale a pena dá uma conferida!