Os 25 melhores discos de 2012, na opinião de Andrews Senna

Como prometido, eu irei publicar minha lista de melhores discos do ano. Espero que você, caro leitor, leia a matéria e vá atrás do álbuns aqui citados, pois todos são recomendados. Isto vai depender de seu gosto musical e de sua vontade e experimentar. Mas não ouça apenas uma ou duas vezes: ouça-os diversas vezes, pois quanto mais ouvimos um disco ou uma música qualquer, mais fácil se torna para enterdermos e digerirmos ela, seja de maneira positiva ou negativa.

Sobre a lista em si: não faço diferenças entre gênero ou nacionalide. O que importa para mim é se ele é bom ou não. Confira logo abaixo minha lista.

25. Caetano Veloso – Abraçaço

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Só alguém como Caetano Veloso para fazer com que citações a Lyoto Machida, Vitor Belfort e Anderson Silva em uma única canção e fazer da canção boa. Acompanhado de uma ótima banda de apoio, Caetano Veloso dá um desempenho vocal interessantíssimo com letras igualmente interessantes, porém estranhas, que passeiam por canções que ultrapassam a duração de 8 minutos e um “Funk Melódico” bacana.

24. Cattle Decapitation – Monolith Of Inhumanity

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Cattle Decapitation adiciona melodia em suas pesadíssimas composições e cria canções explosivas, mas com técnica e ideias que não se esperam quando falamos de uma banda de Deathgrind, como canções grudentas e uma vasta variedade vocal, incluindo vocais limpos, algo bastante incomum, entretanto criando momentos bastante atmosféricos, como em “The Monolith”.

23. Rush – Clockwork Angels

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Os veteranos do Rush retornam após o último disco da banda (de 2007) e lançam um álbum conceitual, que os fãs tanto queriam. Canções grudentas acompanhadas por uma incrível performance técnica e por um excelente conteúdo em suas letras. De certa forma, ainda soa como o velho Rush, mas ainda continuando soando como o bom e velho Rush.

22. Storm Corrosion – Storm Corrosion

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A tão esperada parceria entre os líderes do Porcupine Tree e do Opeth finalmente acontece e não é para qualquer.  Um som extremamente ambiente e atmosférico, negando qualquer momento ou raiz no Rock, algo que ambos os músicos tem. São apenas 6 canções no álbum, que mostram uma beleza melancólica que poucos artistas conseguem por em sua música.

21. Lupe Fiasco – Food & Liquor II: The Great American Rap Album, Pt. 1

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Em tempos onde rappers falam as mesmas coisas em suas músicas (ex: Wiz Khalifa) que já vem sendo utilizadas há muito tempo, Lupe Fiasco mostra um Rap inteligente, mostrando momentos até psicológicos que até então não era muito analisado, como em “Bitch Bad”. Contudo, o rapper ainda mantém momentos chicletes em suas composições.

20. Jack White – Blunderbuss

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Após o fim do White Stripes, Jack White parte para carreira solo, o que lhe fez muitíssimo bem. Com uma pegada no Blues fortemente influenciado por Led Zeppelin, contendo momentos explosivos e bem pacíficos e acalmantes, Jack White cria um interessante disco onde pode por em um patamar ainda maior do que já pertence. Se basearmos em apenas talento, o concorrente direto de Jack hoje seria Ritche Kotzen, mas não é bem assim. Infelizmente.

19. Godspeed You! Black Emperor – ‘Allelujah! Don’t Bend! Ascend!

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Uma banda como esta, extremamente aclamada pela “mídia indie”, lançou um lindíssimo disco que viaja em um território obscuro, lembrando de momentos de intensa guerra, porém em forma orquestrada por uma banda de Rock. Apesar se já serem acostumados com este tom de ideia, o grupo não decepciona o ouvinte com passagens que deixam qualquer um boquiaberto nas suas 4 faixas. É um disco para ouvir e escutar repetidas vezes.

18. Death Grips – Money Store

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Este é um grupo de Hip-Hop Experimental que deixaria qualquer um assustado, inclusive fãs de Hip-Hop e Rap. Com um passagens intensas e poderosas, além de versos fortes e nojentos (mas conseguindo manter ótimos refrões), Money Store é um disco obrigatório a todos ouvirem, seja você fã do gênero ou um odiador declarado. É uma experiência única e necessária.

17. Dragged Into Sunlight – Widowmaker

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Com apenas 3 faixas, Widowmaker é um disco impactante desde sua primeira audição. O grupo incorpora influências de praticamente de todos os gêneros, isso inclui desde o Drone Metal do grupo Sunn O))) até Black Metal, Doom Metal e Death Metal. O conteúdo das letras combina perfeitamente com os vocais: ambos são igualmente nojentos e fortes. As canções são longas, mas se você não tiver problemas com isso, você irá se deleitar com o disco.

16. Beach House – Bloom

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Nas primeiras vezes que eu escutei Bloom, eu achei que quem cantava era um homem (um engano meu). Mas mesmo que a vocalista do grupo fosse um homem, é uma voz única para ambos os gêneros do sexo. Acompanhada por uma boa banda, o Beach House “sonha” nas terras do Dream Pop, soando experimental, porém agradável. É um som bonito, entretanto com diversas camadas sonoras para se aprofundar.

15. Metá Metá – MetaL MetaL

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Podemos resumir esse grupo brasileiro com apenas uma palavra: “experimental”. Nas nove faixas apresentadas aqui, o grupo executa com um nível extraordinário, envolvido por instrumentos incomuns (ex: berimbau), mas cantando por uma linda voz feminina. Algumas passagens podem até animar fãs do Dream Theater, de tão interessante é MetaL MetaL (mas não vá ouvir pensando que é algo relacionado a Rock que você irá de decepcionar).

14. Bloc Party – Four

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Após um bom período sem lancer nada, o Bloc Party retorna ao seu som mais antigo, mas trazendo um peso a mais em suas canções, o que acabou trazendo um tom de urgência que pouco se vê no cenário Indie. Misturando os vocais com um excelente trabalho nas guitarras, você tem um disco que pouco se vê (ou melhor, se escuta) ultimamente no cenário do Rock Indie.

13. Arjen Anthony Lucassen – Lost In The New Real

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O líder do Ayreon resolve sair em carreira solo e decide cantar mais do costuma cantar no Ayreon, mostrando uma voz simpática que o mesmo possui. Em um disco duplo, tendo o primeiro lado conceitual e o segundo com material descartado e covers que relacionam ou não com a história, Arjen mostra que o Rock Progressivo pode sim ter uma pegada Pop e ter uma qualidade incrível, envolvendo até um humor “Frank Zappiano”.

12. Murder Construct – Results

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O mesmo vocalista do Cattle Decapitation assume este supergrupo e traz canções mais curtas e diretas, porém igualmente poderosas e impactantes. Apesar de não ter vocais limpos, ainda temos uma vasta versatilidade vocal de dar inveja a muito vocalista de bandinha de Metalcore. Se você gostou de Monolith Of Inhumanity ou quer algo mais curto, é altamente recomendado.

11. Tulipa Ruiz – Tudo Tanto

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A excelente cantora Tulipa Ruiz dá um show cantando com sua belíssima voz feminina (e não “ogra” como a mídia nacional anda bombardeando) envolvida por uma ótima e experimental banda de apoio. Em alguns momentos, é possível lembrar do Genesis da fase Peter Gabriel (ou seja, de ouro). Destaque para a incrível interpretação da mulher em “Víbora”.

10. Scott Walker – Bish Bosch

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Se você quer ouvir um disco com seu namorado(a) que seja para terminar um relacionamento, ouça com ele Bish Bosch, o novo álbum de Scott Walker. Vocês juntos irão ouvir o mundo queimar da maneira mais assustadora que você possa imaginar. O cantor com a voz de “fantasma”, Scott Walker, é intimidador, doentio e experimental mesmo tendo 69 anos de vida.

9. Baroness – Yellow & Green

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Para quem esperava uma sonoridade similar aos ótimos Red Album e Blue Record, o Baroness pode ter decepcionado. Agora, se você esperava um dos melhores discos do ano, Baroness entrega. Com um ótimo trabalho de guitarra, uma bateria marcante e um vocal inesperado (pelo nível de qualidade) de John Baizley, que é possível dizer que Yellow & Green é o melhor disco do Baroness.

8. Neurosis – Honor Found In Decay

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Assim como defini o novo disco do Metá Metá em uma só palavra, farei o mesmo com o novo álbum do Neurosis: desconforto. Desde 2007 sem lançar um novo disco de estúdio, Neurosis entrega um disco pesado e lento, soando depressivo e explosivo. O que me impressiona é o tom emocional que algumas destas faixas tem. Os vocais de Scott Kelly não são os mais agradáveis, mas sua voz é inconfundível e dá a imagem que o Neurosis tem.

7. Alcest – Les Voyages De L’Âme

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Diferente de Honor Found In Decay, Les Voyages De L’Âme é um álbum confortável. Um disco de Metal para quem não gosta de Metal. Um disco depressivo, mas que te acompanha em seus momentos de solidão de uma forma linda, até mesmo em momentos onde o francês Neige – a mente por trás de Alcest – dispara seus vocais de Black Metal (que se encontram em apenas 2 das 8 faixas). Provavelmente este foi o disco que mais escutei no ano de 2012.

6. Kreng – Works for Abattoir Fermé 2007 – 2011

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8 faixas. Cada faixa fica entre 21 a 23 minutos. Namora diversos elementos da música ambiente de forma bem obscura e sádica, soando, às vezes, simplória e outrora uma bombástica sinfonia. Um dos álbuns mais impactantes que tem a oferecer 2012. São três horas de música, mas que no fim, são enviados aos nossos ouvidos uma experiência inesquecível.

5. Swans – The Seer

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Outro disco longo e outro disco impactante já na sua primeira audição. São duas horas de música, mas são duas horas assustadoras e desafiadoras. O líder do Swans, Michael Gira, tem uma mente doentia e cria canções devastadoras como à longuíssima faixa-título, que passa a dos 32 minutos de duração. Não é para qualquer um ouvir, mas se ouvir, tenha em mente de que este disco poderá te afetar fortemente.

4. Flying Colors – Flying Colors

Flying Colors – Flying Colors

Um novo supergrupo formado e o que se costuma a esperar é decepção. Mike Portnoy e companhia entregam um disco com uma pegada bastante radiofônica, porém emocional, deixando que a incrível técnica que os músicos têm em segundo plano, desenvolvendo canções que soam como homenagens aos Beatles e outras com aquela técnica que se espera ouvir de uma banda do Mike Portnoy.

3. Between the Buried and Me – The Parallax II: Future Sequence

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Certamente o melhor disco de Metal de 2012. Com um ecletismo e variedade gigantesca na música do grupo norte-americano, Between the Buried and Me finalmente pode dizer que superou o “clássico instantâneo” Colors, também de 2007. A continuação da história iniciada no EP de 2011 desenvolve-se de uma maneira eficaz e interessantíssima, que não decepciona os fãs do grupo.

2. Frank Ocean – channel ORANGE

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Na minha análise sobre Fortune de Chris Brown, recomendei a você, leitor, a ouvir Usher ao invés desse merda. Eu ainda não conhecia Frank Ocean. Com uma voz cheia de personalidade e composições que se tornaram incomuns no R&B, Frank Ocean eleva o patamar da música negra para um outro nível. Um nível onde podemos falar que o R&B merece respeito por quem percebe o quanto o gênero atualmente não tem personalidade.

1. Sylvan – Sceneries

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Não é somente o melhor disco do ano e dos últimos anos, mas um dos mais emocionais da atualidade. A banda alemã Sylvan lançou em Janeiro um álbum duplo temático, que mais funciona como um livro em forma de música, chegando perto da marca dos 90 minutos de duração. Com uma das melhores performances vocais do Rock Progressivo e do Pop Rock, além de passagens instrumentais belíssimas que incorporam até elementos do Jazz e com um conteúdo em suas letras beirando o termo “genial”, Sceneries é definitivamente o grande disco lançado neste ano.