Ghost – Opus Eponymous (2010)

Origem: Suécia
Gêneros: Heavy Metal, Doom Metal
Gravadoras: Rise Above, Metal Blade, Trooper Entertainment

O disco de estreia da banda sueca Ghost, Opus Eponymous, lançado em Setembro de 2010, foi um disco que fez bastante impacto, sendo considerado por muitos críticos um dos melhores lançamentos não só do ano de 2010, mas da década passada. Phil Anselmo, atual Down e ex-Pantera e James Hetfield do Metallica já vestiram uma camiseta da banda. Será que é realmente tudo isso esse lançamento do grupo? Veremos logo abaixo.

O álbum, que contém apenas nove faixas e uma duração próxima de 35 minutos, começa com “Deus Culpa”, faixa introdutória instrumental ao álbum que soa como um caminho para um velório. Boa para introduções da banda para usar em shows, apesar de ela usar outra introdução. Em seguida, somos interrompidos por um baixo marcante e então um instrumental bem feito, mas não é rápido e nem tão pesado e então somos introduzidos a primeira  estrofe do álbum: “Lucifer, we are here, for your praise, evil one” Já percebemos do que a banda é, sem contar que os integrantes da banda são Nameless Ghouls, algo como criaturas sem face e vestida de preto, com exceção do vocalista, que é Papa Emeritus, uma versão satânica do Papa. Mas, apesar da letra, nem soa tão satânico musicalmente e nem muito na voz do vocalista, pois alguns momentos ela chega a ser suave, mas não deixa de ser bonita e uma interpretação interessante nas faixas do álbum. As músicas são muito vintage, com aquele jeito de Metal das antigas, com um instrumental de certa forma simplório, com alguns momentos bacanas como o solo de guitarra em “Elizabeth”, apesar de não serem extraordinários. Outra coisa que é preciso dar destaque é que o instrumental soa até alegre e animado, algo totalmente diferente e inesperado ao que se pede um tipo de letra como esse álbum possui.

É uma banda que você sabe se vai gostar de primeira ou não. Os timbres vintage já citados estão em toda parte, guitarras não tem aquele destaque total, e é um som fácil de entender e absorver. O instrumento mais próximo de destaque individual é o baixo e quem sabe o teclado com cara de Rick Wakeman e Keith Emerson passivos e calmos, se é que possível. Todas as faixas são boas, e a última faixa, “Genesis”, é outra instrumental, que encerra legal o álbum com um fim bonito com violão erudito. O mais sensacional é que o disco não é daqueles vicia em uma única música, mas no álbum todo, e ele passa muito, mas muito rápido. Quando você menos espera ele acaba, e nem mesmo com o cover de “Here Comes The Sun” do Beatles na versão japonesa parece que ele dura mais. É muito gostoso de ouvi-lo e mesmo com as letras satânicas, o instrumental nem faz parecer. Soa radiofônico o álbum, mas ainda acima de tudo é um bom disco, curto, interessante e principalmente, coerente. Vale a pena se você gosta de coisas antigas (ou seja, não vem algo original) e de certa forma bem feitas, mas não é aquilo que chamo de especial e mágico, mas ainda é muito bom o trabalho do grupo sueco. Merece ser considerado um dos melhores da década passada? Não, mas do ano de 2010 merece.